Parece óbvio. Com a chegada do verão, tendemos a suar mais, especialmente nos dias mais quentes… mas por que isso acontece? E como as condições da estação, umidade e atividade física podem afetar a maneira como você transpira?
Variáveis da termorregulação
Composto por água, cloreto de sódio e outras substâncias em menor quantidade, o suor é o principal mecanismo de termorregulação do corpo.
Além de ajudar a eliminar essas substâncias, como ácidos graxos, ureia e amônia, ele atua como uma espécie de “ar-condicionado natural”: termorreceptores “avisam” o sistema nervoso central quando a temperatura aumenta, o que estimula a ação das glândulas sudoríparas. O suor, então, induz o resfriamento quando evapora.
A produção do suor pode ser afetada tanto por variáveis internas quanto externas. Entre as internas, podemos citar idade, alterações hormonais, peso, estresse, histórico familiar, algumas doenças e medicamentos e até mesmo o sexo, entre outras.
Por sua vez, a principal variável externa é a temperatura do ambiente. Além disso, a própria roupa e a umidade relativa do ar (URA) interferem na quantidade e mesmo na eficiência da transpiração.
Conforto térmico, ou nem tanto
O corpo humano nu prefere uma temperatura ambiente entre 20 e 25 ºC. Dentro desse intervalo, ele dissipa o calor – que é natural e continuamente gerado pelas próprias atividades fisiológicas e metabólicas – com bastante eficiência e facilidade. Consequentemente, a maioria das pessoas experimenta conforto térmico e mal percebe as ações do organismo para manter a temperatura corporal normal.
Quando medida na parte central do corpo – em inglês, core –, essa temperatura normal fica entre 36,1 e 37,2 ºC. Há pequenas variações, para mais ou para menos, que dependem da região em que ela é tomada.
Nas axilas, por exemplo, a temperatura normal tende a ser cerca de 0,5 ºC menor que no reto, local em que há medição de temperatura para pesquisas científicas, mas não chega a 38 ºC, situação que caracteriza o estado febril.
Além disso, a temperatura varia normalmente um pouco ao longo do dia. É menor pela madrugada, enquanto dormimos, e maior no final da tarde.
Todo esse equilíbrio, porém, pode ser perturbado com certa facilidade, e a primeira perturbação vem justamente do ambiente. Sem roupas, o corpo humano pode ser submetido a temperaturas tão baixas quanto 12,8 ºC e tão altas quanto 54,4 ºC com ar seco e manter, ainda assim, a temperatura corporal relativamente constante. Para isso, porém, o mecanismo de termorregulação e fortemente acionado – e, aí sim, passamos a percebê-lo.
Trocas de calor
O ser humano, na verdade, tem quatro mecanismos de troca de calor. Há troca de calor entre a pele e as camadas de ar em movimento (convecção); através do contato da pele com outras superfícies (condução); e pela absorção ou emissão de energia eletromagnética (radiação).
Por fim, há a evaporação do suor, que é o mais efetivo deles nas situações de estresse pelo calor compensável (ECC), como são denominadas aquelas em que o corpo consegue manter um estado térmico estável.
Recorrendo a qualquer um dos quatro mecanismos, o corpo, no ECC, consegue manter um equilíbrio entre a produção e a dissipação do calor, de forma que a temperatura interna fica num nível sustentável para a atividade que ele está realizando.
Quando, porém, um dos quatro mecanismos fica prejudicado e dificulta esse equilíbrio, temos o estresse pelo calor não compensável (ECNC). No ECNC, especificamente em relação ao suor, a demanda por resfriamento da pessoa pela evaporação supera a capacidade de resfriamento evaporativo do ambiente.
A consequência é que o calor produzido pelo metabolismo não consegue ser dissipado adequadamente, e a temperatura interna segue aumentando – o nome técnico é hipertermia –, mesmo quando o indivíduo chega à exaustação ou sai da condição de ECNC. Esse quadro grave pode até levar à morte!
Exercícios em dias quentes
Agora, você entende por que tende a suar mais no verão. Com ambientes mais quentes, e de acordo com a atividade realizada, a temperatura interna sobe, e aí o corpo aciona a termorregulação.
A prática de exercícios físicos está entre as atividades que mais aumentam a temperatura interna. Em indivíduos saudáveis, por exemplo, exercícios aeróbicos podem levar a temperaturas internas próximas a 39 ºC! No calor, há uma tendência de chegar a esse ponto mais rápido.
Isso acontece, entre outros motivos, porque o corpo precisa lidar com duas demandas que serão atendidas pelo sistema cardiovascular. Uma é a necessidade de suprimento sanguíneo para manter o metabolismo celular, e a outra é a de desviar parte do fluxo sanguíneo para as partes mais periféricas, a fim de ajudar a dissipar o calor. É quando o suor também entra em ação no papel de “ar-condicionado” e põe as coisas em ordem. Por isso, não apenas é mais cansativo fazer exercícios nos dias quentes, como também suamos mais ao fazê-los.
Adaptações e armadilhas
A hipertermia induzida pela prática física, no entanto, tende a ser “do bem”, por assim dizer. É que, à medida que praticamos exercícios com regularidade, o corpo ganha mais tolerância térmica, retardando o aumento da temperatura interna.
Além disso, o suor começa a ser produzido mais cedo, o que torna a termorregulação mais eficiente e evita o quadro grave que mencionamos mais atrás.
Essa adaptação também acontece em pessoas que moram em lugares quentes – e é ainda mais eficiente quando, com os devidos cuidados, são somadas as duas coisas: a exposição ao calor e o exercício físico.
Em atletas profissionais, por exemplo, aplicam-se diferentes protocolos para elevar essa tolerância ao máximo, especialmente em esportes de alta intensidade. Existem desde métodos naturais, de expor o corpo aos poucos ao clima quente e ao exercício, até métodos com ambientes artificialmente controlados.
A chamada aclimatação ou aclimatização ao calor é uma boa dica de como usar a própria termorregulação do corpo a seu favor. Afinal, o organismo adapta-se naturalmente às mudanças de temperatura e condições ambientais, até mesmo alterando a taxa metabólica basal, como demonstrou um estudo conduzido na Coreia do Sul.
É preciso, porém, não descuidar da hidratação e ter muita atenção com as situações de ECNC – e, aqui, uma das principais vilãs é a umidade. Com tempo quente e úmido, a evaporação do suor não é tão eficiente, o que pode levar a “molhar a roupa”, com suor em excesso, e sem que se atinja o resfriamento adequado. Daí, a importância de sempre contar com a orientação de profissionais capacitados em educação física e na saúde.
Desodorantes antitranspirantes, como os produzidos com a qualidade Soffie, podem ser seus aliados nesse sentido. Sabendo como e por que você sua mais no verão e o uso correto dos produtos, além dos cuidados que a estação requer, é possível evitar o desconforto do mau odor e do excesso de suor e ter uma adaptação mais tranquila e confortável ao calor.
Especialmente para atletas que praticam esportes de alto impacto, como o CrossFit, temos a linha Cross-Edition, formulada com cloridrato de alumínio ativado, um ativo antitranspirante de alta performance, e a exclusiva tecnologia ULTRA RESIST, com ação desodorante com dupla função – controle das bactérias gram-positivas responsáveis pela formação de odor e bloqueio o biofilme formado pela bactéria Corynebacterium xerosis. Há versão para homens e mulheres.