Talvez você conheça alguém que já tenha passado pelo problema ou você mesmo o tenha, porque não é tão incomum: poucos minutos depois de suar, a pessoa apresenta vermelhidão, inchaço e muita coceira em certas partes do corpo. Sim, “alergia ao suor” existe – e pode ser séria.
Nome técnico: urticária colinérgica
Na verdade, o nome popular “alergia ao suor” engloba condições que podem ser bem diferentes. Uma delas, sobre a qual não nos aprofundaremos aqui, é a brotoeja, cujo nome técnico é miliária.
A miliária é uma obstrução mecânica das glândulas sudoríparas écrinas, que trazemos desde o nascimento. Quando o duto excretor da glândula entope, causa lesões que variam de acordo com a profundidade do bloqueio, com bolhas, manchas vermelhas, coceira e outros sintomas, segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia.
A adoção de medidas que refrescam a pele e evitam muita transpiração, além do uso de hidratantes associados a secativos, costuma ajudar, e a brotoeja – que afeta mais crianças e bebês, mas também alguns adultos – tende a desaparecer sozinha.
Agora, o problema mais recorrente que costuma ser referido como “alergia ao suor” é a urticária colinérgica, que tende a ser mais séria. Como outras urticárias, o principal sintoma é o aparecimento das urticas, que são lesões da pele com quatro características marcantes: têm um edema central (acúmulo de líquido), que dá o aspecto de inchaço e pode ter diferentes tamanhos; em volta do edema, circundando, há um eritema (vermelhidão, devido à dilatação de vasos sanguíneos); coçam; e tendem a desaparecer em um tempo relativamente curto, de 1 a 24 horas.
O que diferencia a urticária colinérgica de outras é que ela é induzida por um fator identificável: o aumento da temperatura do corpo, o que a faz ser incluída no subgrupo das urticárias físicas, que são aquelas que ocorrem por conta de estímulos do ambiente, como o próprio calor, exercício, frio, pressão, luz solar e vibração.
Entendendo o problema
A urticária colinérgica responde por cerca de 5% dos casos de urticária crônica, aquelas cujos episódios duram mais que seis semanas; e 30% das físicas. Foi descrita pela primeira vez em 1924.
No entanto, apesar de todo esse tempo e de se saber da relação com o aumento da temperatura do corpo – menos de 1 ºC já pode ser suficiente! –, ainda não há uma resposta definitiva ou consenso médico sobre como ela é, afinal, ativada.
Diante do estímulo ambiental, algumas substâncias mediadoras, como a acetilcolina e a histamina, além de indução pelo sistema nervoso, podem estar implicadas. Há estudos, porém, que focam o suor propriamente dito e sugerem haver uma hipersensibilidade ou autoimunidade ao suor produzido pela própria pessoa.
Química da vida
Substâncias mediadoras, ou mediadores químicos, são compostos que influenciam, induzem, ativam e/ou realizam processos e reações do organismo. De vários tipos e funções, são produzidos e se encontram espalhados por todo o organismo. Alguns dos mais importantes são os neurotransmissores, que são produzidos pelos neurônios e permitem trocas de informação bioquímica entre eles e outras células, como a acetilcolina, por exemplo; e os mediadores químicos da inflamação, como a histamina, que, além de também atuar como neurotransmissor, é produzida por células de defesa e tem importante papel em processos inflamatórios e respostas imunes.
De qualquer maneira, o aumento da temperatura corporal e a transpiração que normalmente o acompanha são os fatores que precipitam a urticária. As principais vítimas são adultos jovens e, às vezes, adolescentes e crianças. A literatura científica aponta uma recorrência na faixa etária de 10 a 30 anos, e o problema costuma durar, em média, seis anos antes do diagnóstico.
As lesões são bem típicas: pequeninas, normalmente entre 2 a 3 mm (às vezes um pouco menores, de 1 mm, ou maiores, de 4 mm), circundadas por halos avermelhados, que dão a elas um aspecto de “ovo frito”. O centro de cada lesão, não é incomum que seja o poro por onde sai o suor. Pescoço, tronco e axilas estão entre as áreas mais afetadas.
Tratamento e prevenção
Infelizmente, as pesquisas não referem uma cura definitiva para urticária colinérgica… mas é possível aliviar e controlar os sintomas, com medicamentos como a hidroxizina e anti-histamínicos e com medidas imediatas para resfriar a pele, como banho frio ou compressas. É importante consultar um dermatologista ou alergologista para que indique o tratamento adequado a cada caso.
Além disso, é preciso cuidar da prevenção. Evitar ambientes quentes, agasalhos pesados, tecidos sintéticos que acumulam suor, roupas muito apertadas e exposição intensa ao sol são alguns deles. Também é importante evitar os “gatilhos” mais comuns. Pela ordem: a prática de exercícios físicos com intensidade; saunas, banhos e banheiras quentes; fortes emoções; e comidas apimentadas. A febre também pode desencadear o problema.
Outra dica é não subestimar a urticária. Embora a maioria dos casos tenda a ser leve e desaparecer em até 90 minutos em cada episódio, pode haver complicações. Salivação, diarreia, dor de cabeça, náuseas e queda de pressão já foram relatados. Além disso, a urticária colinérgica pode vir associada a outro problema: a anafilaxia induzida pelo exercício.
Não descrita como uma condição em separado até os anos 1980, a anafilaxia induzida pelo exercício diferencia-se da urticária colinérgica porque não ocorre por conta de aquecimento passivo (como banhos quentes, por exemplo) e por estar mais associada a sintomas sistêmicos. Os mais severos podem até ser fatais para atletas.
A importância do produto de higiene
Além da faixa etária, alguns fatores de risco podem estar associados ao aparecimento da urticária colinérgica. Quem tem outros tipos de urticárias, especialmente as físicas, pele sensível e/ou histórico de dermatites e alergias, por exemplo, está mais propenso a desenvolver o problema.
Nesse sentido, é preciso um cuidado extra com a escolha dos produtos de higiene.
Produtos hipoalergênicos e sem perfume, como Soffie CLINICAL Sensitive e Soffie Hipoalergênico Sem Perfume, estão entre os mais indicados. Por utilizarem substâncias sem histórico de causar alergias na formulação – como as próprias fragrâncias, o álcool e parabenos –, têm menos chances de causar dermatites, fator de risco para a urticária.
Além disso, recomenda-se sempre o uso de antitranspirantes de alta performance, como os oferecidos pela Soffie, que combatem a transpiração por até 48 horas e podem, assim, ajudar na prevenção ou combate, já que atuam contra um dos principais elementos envolvidos na urticária colinérgica: o suor.